– Harry S.
– Bom
dia, meu anjinho. – sussurrei em frente ao berço de Zoe, acariciando seu rosto
de leve. Ela ainda dormia tranquilamente e o quarto ainda estava um pouco
escuro. Ainda eram quatro da manhã.
– Com
certeza ela vai sentir sua falta. – disse Chris, me esperando da porta do
quarto. Caminhei para fora e fechei a porta, dando um último selinho em
Christinne.
– Vai
sentir minha falta também? – sussurrei com os lábios ainda preso aos seus.
– Você
vai?
– Hm...
Deixa eu pensar. – ela bateu em meu peito e ri. – É claro que eu vou sentir sua
falta. – apertei mais ainda sua cintura contra a minha. – E não vai ser pouca.
– É pra
isso que serve o Skype. – ela sorriu de canto.
– Não é
a mesma coisa. – resmunguei.
– Mas é
melhor do que nada. Agora vai logo, antes que Paul suba aqui e te leve a força.
– disse se afastando dos meus braços e descendo as escadas com uma das minhas
malas na mão.
Suspirei
e olhei a porta de Zoe mais uma vez. É, eu vou sentir muita falta da minha
pequena. Muita mesmo! Serão os dois meses mais melancólicos.
– Tchau
princesa. Se cuida, ok? – ela assentiu e beijei seus lábios.
Peguei o
elevador e esperei alguns segundos até chegar ao térreo. Ainda tinha estrela lá
fora, dava pra ver pelo Hall do condomínio. Niall e Louis estavam no bistrô
pedindo uma xícara de café, então aproveitei pra largar os pesos da mala e
tomar um expresso pra não apagar o dia inteiro.
– E Zoe?
– Niall quem perguntou.
– Está
dormindo, mas está bem. – respondi me juntando a mesa dos dois. – Fico
preocupado com as duas sozinhas, aqui em Londres.
– Elas
vão ficar bem, curly. Pode ficar tranquilo. – Louis disse confiante.
– Eu
espero!
– Eu
pensei em subir e dar um Oi pra Chris, mas pensei que ela pudesse estar
dormindo.
– Agora
ela deve ter voltado a dormir. Ainda está cedo demais e ela passou a metade da
madrugada tentando aliviar a cólica da Zoe.
– Hm,
coitada!
– Pois
é... – tomei um gole do café de Niall.
– E aí?
– Zayn chegou com uma mochila, usando casaco com capuz.
– Senta
aí! – Niall ofereceu a cadeira ao seu lado.
– Cadê
Paul? – perguntei ao notar que ele não estava ali, como tinha combinado.
– Foi
buscar Liam e abastecer a van. – Niall respondeu.
– Chris
Me
aconcheguei no divã do quarto de Zoe, com ela em meu colo. Assim que me despedi
de Harry e voltei para o quarto, ela despertou. Meu corpo estava berrando por
conforto, cama, cochilo... Algum descanso decente. Não pensei duas vezes em dar
peito ao invés de ficar ninando até ela dormir. Precisava de um sono de rainha
urgente! Não bastasse a madrugada em claro que passei, tendo que fazer cessar
seu choro por conta dos vizinhos, passando toalhinha com água morna em sua
barriga por causa da cólica, procurando remédio, dando de mamar... Um
sacrifício! Um sacrifício que eu jamais tinha feito.
Harry
vai passar dois meses em Atlanta, pela turnê, e agora estou com toda
responsabilidade em mãos. Hollie não vai
vir trabalhar essa semana, já que foi visitar os pais em Hollywood,
então vou ter que abrir mão de qualquer coisa pra ficar com a minha
pequena. Tinha alguns compromissos essa
semana, mas sozinha com Zoe, não haverá chances.
Preciso
me organizar seriamente, há tantas coisas para serem resolvidas! Agora tem o
casamento e toda a decoração pra ser acertada até fevereiro. Espero que eu
consiga dar conta de tudo, o mais rápido possível. Preciso contar á minha mãe,
Dani, Els, Madá... Nossa! Há muitos convites a serem entregados até lá.
– Agora
já podemos voltar a dormir, né? – olhei para Zoe, ainda mamando em meu peito
com os olhinhos fechados. – Já era para
estarmos dormindo há muito tempo, não acha? – disse pondo minha alça da blusa
novamente. Zoe abriu aqueles lindos olhos verdes e bocejou cansada.
Coloquei-a
em seu berço e lhe dei um beijo de boa noite. Voltei para o meu quarto e me
joguei na cama de casal. Encarei o teto por alguns segundos e minha vida se
passou como um filme, bem em meus olhos. Ontem eu estava no aeroporto do Rio,
pensando em como seriam divertidas minhas férias em Londres, em como poderia
ficar stalkeando os meninos. E hoje?
Bem... Hoje, eu dei uma linda menina á Harry.
Ganhei uma família linda!
Sorri e
virei para o outro lado da cama.
[...]
– O
escritório ficou pronto. Você apenas precisa ir e organizar sua agenda de
compromissos. Já arrumaram dezenas de dançarinos para ficarem sob seu comando.
– Tá,
Tânia. Isso me parece uma ótima notícia, mas como vou arrumar tempo pra isso? –
suspirei triste. Zoe tentou puxar meu cordão e eu sorri de canto.
– Chris,
você tem uma ótima situação financeira. Será que não pode arranjar uma babá
24hs?
– É
óbvio que não! – respondi chocada. – Não quero que a minha filha fique sob
cuidados de estranhos se pode ter uma mãe presente.
– Uma
mãe presente e sem carreira.
– Tânia,
eu sinto muito! Mas a minha filha vem em primeiro lugar sempre. Eu posso pensar
em carreira depois.
– Mas a
chance está batendo na sua porta agora! – exaltou-se. – Chris, quando você iria
imaginar em se tornar uma coreógrafa master da melhor empresa de Londres?
Repousei
a cabeça no encosto da poltrona e fechei os olhos por alguns segundos. Eu nunca
imaginaria chegar em um cargo como esse. Nunca! O circuito mundial trouxe
tantas oportunidades, que me deixam louca! Zoe é a minha vida e a dança é o que me completa. Eu não iria
conseguir viver longe da dança, da música, por tanto tempo. Estive pensando em
esperar Zoe completar três anos para voltar á agitação de antes, mas vejo que o
mundo lá fora, não me espera por muito tempo.
– A
gente pode conversar com mais calma no seu escritório? – propus.
– Mas
não vá apenas pra me enrolar, hein, Christinne?
– Eu não
irei fazer isso. – ri. – Pode ficar tranquila, nós iremos acertar essas coisas
corretamente.
– Ótimo!
Então você me liga quando resolver aparecer. Mande um beijo pra Zoe! Beijo.
–
Obrigada, Tatá. Beijo!
Desliguei
o telefone e estiquei a mão até a base telefônica para colocá-lo no lugar.
– Zoe,
não pode! Tira isso da boca. – briguei enquanto tentava tirar meu pingente da
sua boca. – Quer morrer, menina? Não queira matar sua mãe de susto!
Ela
ficou me olhando, como se não entendesse o que eu queria dizer. *risos. Beijei
sua bochecha e a coloquei de pé em meu colo. Ela já estava um pouco maiorzinha
agora. Incrível como sempre que olho em seus olhos, vejo Harry. É inevitável! É
como se eles fossem uma única pessoa, apenas divididos em corpos diferentes,
mas com o mesmo brilho, o mesmo encanto.
– Eu te
amo tanto, princesa. – encarei os lindos olhos de Zoe e ela mexeu os pezinhos
em minha perna.
[...]
Entrei debaixo do
chuveiro e parei por um instante, deixando a água escorrer até meus pés. O box
foi tomado pelo vapor da água quente, assim como meu corpo foi tomado pelo
prazer de um bom banho. Tracei as unhas pelo couro cabeludo, permitindo que a
água o impermeasse mais rapidamente possível. Demorei alguns mais minutos e
logo fechei o registro. Vesti o roupão pendurado na chapeleira e enrolei uma
toalha na cabeça para secar os fios úmidos enquanto escolhia uma peça de roupa.
Decidi dar uma volta
em Londres, respirar um pouco do ar de fora, ver coisas novas. Zoe também
precisa de um passeio, ver pessoas, interagir um pouco mesmo que seja apenas
com sua linguagem de bebê. Um pouco de novidade não faz mal á ninguém.
Terminei de vestir o
casaco e busquei Zoe em seu quarto, para lhe vestir um agasalho antes de
sairmos. Pus uma tiara rosa em sua cabeça, bem frouxinha, e escolhi um novo
sapatinho. Talvez um All Star fosse ficar bom nela. Harry quem comprou em uma
lojinha infantil, mas ainda não tinha lembrado de colocar em seu pezinho pra
ver como ficaria. Era a miniatura de sapato mais fofo que eu já tinha visto.
– Acho
que acabamos, né, Zô? – disse enquanto verificava minhas coisas dentro da
bolsa, se não me faltava nada.
Coloquei
Zoe no carrinho de bebê, que ainda era um pouco grande pra ela, e peguei Tom em
uma mão. Tom é o nome do filhote do Otto. Dei esse nome depois de assistir Tom
& Jerry com Zoe, mas eu sei que Tom é um gato, porém ele é esperto. Tão
esperto quanto o meu Tom. Quero dizer, o Tom do Otto. *risos.
Otto já
estava acostumado a ficar sozinho em casa, mas o Tom eu não tinha muita
confiança sobre ele. Ainda é pequenininho demais pra ficar longe de uma vigia
responsável. Ou ele iria comigo ou eu ficaria o passeio inteiro me martirizando
por ter deixado o pobrezinho sozinho em casa.
O carro
estava guardado na garagem do condomínio e por sorte, eu não o tinha perdido de
vista como da outra vez. Agora os vidros estão concertados e preparados para
qualquer coisa. Mandei revestir, como um tipo de blindagem, já que tenho sempre
azar com carros e não quero que esse azar ocorra quando eu estiver com Zoe. Eu
nem sei o que seria de mim se algo acontecesse com a minha pequena.
Terminei
de arrumar Zoe na cadeirinha adaptada ao carro e levei Tom para o banco do
passageiro, ao meu lado. Vai que ele decide fazer da Zoe de picolé? Eu não
quero nenhum cachorro lambendo minha pequena, nem que seja inocentemente.
Imagine quantas bactérias não vai pra passar pra ela? Urgh! É melhor nem
imaginar.
Liguei o
aquecedor e dei a partida para fora do condomínio, seguindo a pista em direção
ao centro. Olhando pelo vidro do carro, o céu estava nublado, mas como se
alertasse apenas um frio para o dia inteiro. Olhei rapidamente para o espelho retrovisor e vi
Zoe dormindo novamente. Espero que ela não fique sonolenta o dia inteiro. O
passeio ainda nem começou e ela já está nessa preguiça toda!
Estacionei
em uma rua pouco movimentada e retirei Zoe da cadeirinha. Tom ia ficar preso
pela coleira amarrada no empurrador do carrinho de Zoe, porque só assim eu
conseguiria carregar os dois ao mesmo tempo. Ativei o alarme do carro e
atravessei a avenida, indo em direção ao Hide Park. Lá estava calmo, tinha
pessoas fazendo caminhada e o clima estava perfeito pra tirar muita foto. Eu
mandaria todas elas para Harry, só pra mostrar o quanto nos divertimos por
aqui. Com certeza ele ficaria ansioso para voltar. *risos.
Comprei
um balão para Zoe e amarrei em torno de seu pulso. Era da Minnie e ficava
flutuando no ar, chamando atenção. Ela nem tinha ligado muito para o balão,
estava atenta mesmo para os pombos passeando pelos cantos. Zoe é bem do contra.
Só fica satisfeita com aquilo que lhe der na telha e não com o que a gente
oferece. Tom também estava encantado com os pombos e queria avançar neles. Tive
que controlar o carrinho e o sorvete pra não perder de vista enquanto tentava
puxar Tom de volta. Não me surpreendo em ele ter puxado as travessuras de Otto.
– Eu
agradeceria muito se você se comportasse, Tom. – disse assim que pude,
finalmente, descansar em um dos bancos do parque. – Caramba, você não para um
instante! Tudo bem que é a primeira vez que você vem na rua, mas... Olha para a
Zozo! Está mais comportada que você!
Tom me
encarava com as orelhas erguidas e se sentou no canto, ao meu lado, como se
estivesse arrependido. Bem, ainda existe um lado bom, né? Pelo menos ele me
escuta e obedece. Já o Otto...
Peguei o
carrinho novamente e agora o guiei em direção ao ponto de comércio de Londres.
Ia aproveitar para comprar algumas coisinhas pra mim e pra Zoe. Ainda tinha uma
tarde inteira de passeio em Londres, mas por um lado ruim, tinha paparazzis na
minha cola. Na Internet do celular, já dava pra ver as primeiras notícias do
mundo das celebridades.
"Namorada de Harry Styles aproveita a manhã para
passear com a filha, Zoe, no Hide Park. "
" Filha do cantor Styles passeia pela manhã com a mãe.
"
" Christinne e Zoe foram vistas fazendo um passeio com
o cachorro de estimação em um parque de lazer londrino"
Eram
muitas colunas de fofocas com o tema. A sensação é de estar sempre vivendo em
uma prisão perpétua cercada de predadores. Você nunca sabe quando está
realmente andando em paz, quando está tendo um momento sozinha, se está segura
ou não. Você apenas sabe que onde quer que esteja, onde quer que seja, sempre
estará sendo seguida por alguém e isso intimida, amedronta demais.
Principalmente quando se está com uma criança recém-nascida.
Qualquer
loja que eu entrasse, duas em cada três pessoas pediam para tirar uma foto de
Zoe ou com a Zoe. Eu tinha receio de
deixar minha pequena tão exposta ás câmeras, flashes, mas não iria dizer que não á pessoas tão simpáticas que pararam o que
estavam fazendo para me pedir uma única foto com Zoe.
O
passeio estava virando notícia em tudo quanto era lugar e me vi obrigada a
voltar pra casa, já que um montinho de garotas começavam a me seguir, mas
tímidas, apenas criando coragem de chegar e pedir uma foto com Zoe como todas
as outras. Dei a partida e antes de pegar a estrada direto para o condomínio,
dei algumas voltas pelos bairros da cidade, apenas para checar que não estava
sendo seguida. Quando fiquei mais confiante, peguei o caminho direto para o
condomínio. Zoe permaneceu acordada o trajeto inteiro, mas Tom acabou
cochilando no banco.
Olhei as
horas no celular rapidamente, para não perder o foco do caminho, e constei que
ainda era cedo como eu imaginava. A foto de Harry dando banho em Zoe estava
cobrindo toda a tela inicial do meu celular. Sorri automaticamente e voltei a
prestar atenção no caminho. Não sei se vou aguentar tantos meses sem ele,
tantas horas, segundos, dias... Não aguento ficar longe daquela voz, daquele
sorriso. Nunca aguentei, mas dessa vez a saudade está mais forte, mais apertada
dentro do peito.
Acelerei
um pouco mais e dobrei a penúltima esquina. Estacionei o mais rápido que pude e
tirei Zoe da cadeirinha. Tom já tinha saído pela janela, pulou de uma vez,
caindo meio estranho, meio torto, mas inteiro. *risos. Entramos no elevador e
contei ansiosamente para que chegasse nosso andar. Minha impaciência estava em
um grau elevado, preparado para me explodir.
Entrei
no apartamento e subi as escadas para o outro andar apressadamente. Deixei Zoe
deitada em minha cama e procurei pelas malas dentro do guarda roupa. Corri ao
quarto de Zoe e separei algumas peças de roupa juntamente com todos os produtos
de higiene pessoal na bolsinha roxa. Voltei ao meu quarto e dobrei algumas das
minhas peças de roupas, colocando-as nas malas encontradas no armário. Penteei
o cabelo, apenas para tirar o aspecto de bagunçado e pus uma touca.
– Vem,
Zozo! – peguei-a no colo e usei única mão restante para carregar a mala e a
bolsa de Zoe. – Vamos visitar o papai.
Desci as
escadas, tudo de novo. Que canseira! Tentei correr até o estacionamento com Zoe
no colo e refiz todo o processo da cadeirinha dentro do carro. Para chegar á
tempo em Atlanta, teria que me virar no relógio ou acabaríamos chegando tarde
demais. Mas eu torço que tudo dê certo!
Girei a
chave na ignição e acelerei o carro em direção a saída. Adentrei a pista direta
ao aeroporto e fechei as janelas automáticas, evitando que o vento entrasse
diretamente em Zoe.
– Já
vamos chegar, Zô. – disse olhando-a pelo espelho retrovisor.
[...]
– Harry S.
Terminei de beber
uma garrafinha d'´água e segui até a sala da Lou para terminar ajeitar o
cabelo. Eu sempre digo que não precisa, mas ela insiste, diz que gosta de mexer
em meu cabelo, então... Fazer o quê, né? Louis estava passando por uma
transformação, nem tão radical, de penteado. Estavam experimentando um tipo de
topete nele e em Niall, mas até que não estava ruim. Ficou estiloso.
–
Prontinho, Haz!
– Hm,
ficou legal! – encarei meu reflexo no espelho. – Mas ficou quase a mesma coisa,
eu disse que não precisava!
Lou riu
e deu um tapinha em meu bumbum antes de eu sair.
– Hey
Sam!
– E aí,
campeão? – ela veio em passos rápidos até me abraçar.
– Bom
saber que veio assistir ao show.
– Eu vou
é me acabar de dançar! – disse animada.
– Então
eu vou fazer esse show tremer. Aguarde!
Ela riu
e seguiu ao meu lado, até a sala onde os meninos estavam passando o tempo até a
hora do show.
– E como
vai sua pequena?
– Zoe?
Ah, ela está uma princesa! E bem, graças a Deus.
– Eu
comprei um presente pra ela, se não se importa.
– E
comprou um pra mim também? – brinquei.
– Não
começa, Styles! – riu e bateu em meu braço.
Entramos
na sala, mas os meninos não estavam lá. Por um milagre que pareça, o buffet do
camarim estava intacto! Niall não tinha atacado nem um presuntinho sequer.
Ainda deviam estar fazendo o tal penteado ou passando a roupa do show. Eles
sempre deixam pra fazer isso nos últimos minutos!
– Se
quiser comer alguma coisa, Sam, pode ficar á vontade! – disse enquanto me
sentava no sofá para trocar os sapatos.
– Ah,
não, obrigada. Eu estou legal.
– E
então? Seu namorado também veio assistir o show ou te deixou de bandeja?
– Eu já
disse que ele não é meu namorado. Eu já
disse!
– Ah,
qual é, Sam? Toda vez que nos encontramos e eu te pergunto sobre ele, você fala mil maravilhas dele. E agora
vai dizer que ele não é seu namorado? Até parece que vocês nunca se pegaram!
– Não.
– Aham!
Prazer, cinderela. – respondi debochado.
– Harry,
eu não sou igual a você que tem sorte de ter qualquer pessoa que quiser aos
pés.
– Mas eu
não peço por isso! Eu tenho uma garota linda comigo, que eu amo, até mesmo os
defeitos. Não quero que ninguém se rasteje por mim.
– Esse é
o grande problema! – suspirou frustrada e se sentou no sofá.
– O que?
– Esse é
o grande problema, Harry! – tornou a repetir. – Será que você não percebe nem
um pouco o que eu sinto?
– Hã?
Sam, do que você está falando?
Ela
bufou e revirou os olhos. Passou as mãos pelos longos fios de cabelo e respirou
fundo.
– Esse
tempo todo eu só estive falando de você. Será que você não percebeu isso?
– De
mim? M-mas...
– Harry,
eu gosto de você. Ele é você!
Engoli
em seco e senti meu corpo frisar. O que ela estava dizendo? Estava drogada ou o
quê?
– Sam,
você está fazendo alguma pegadinha comigo? Por que se for, não tem graça
alguma!
– E eu
iria mentir sobre meus sentimentos?! – perguntou irritada. O que?
S-E-N-T-I-M-E-N-T-O-S?
– Ok,
ok... Muita calma nessa hora! – me levantei e procurei por qualquer argumento
decente que explicasse á ela aquilo que não poderia existir entre a gente. –
Sam, e-eu... Nossa! Tô sem palavras!
– E eu
estou sem chão! – suspirou. – Sabe, eu gosto de você desde o colegial, mas você
nunca enxergou isso. Ou pelo menos fingiu. E quando você ficou famoso, de
repente, eu perdi todas as esperanças de te encontrar novamente em meio á
tantas meninas histéricas. Mas agora... Você só tem olhos para a Chris, vive
falando dela e dói em mim.
Puxa! Se
antes eu não sabia o que dizer, imagine agora?
Cobri o
rosto com as mãos e mais uma vez tentei encontrar qualquer coisa que me fizesse
se expressar como um cavalheiro diante de algo tão complicado.
– Olha
Sam, eu...
– Tudo
bem, eu sei que você vai dizer que não sente nada por mim, que ama a Christinne
e vai casar com ela. Mas eu só queria tirar esse peso das costas e saber que
pelo menos, um dia, eu tentei.
– Sam,
por favor...
– Eu vou
ficar bem, Harry. – sorriu forçado.
– E a
nossa amizade?
– Eu não
sei se ainda posso te olhar novamente depois de tudo o que eu disse.
Ela
tinha razão. Nem eu era corajoso o suficiente pra isso, mas Sam é uma garota
tão legal. Era ótimo andar por aí com ela, conversar, zoar um pouco, relembrar
do colegial... Essas coisas de amigos de muitos anos.
– Sam,
eu não quero parar de falar com você.
– E
quando a sua noiva souber disso que eu te falei? Acha que ainda iremos poder
ser amigos? Eu acho difícil, Harry.
Realmente,
seria difícil. Eu não iria esconder isso de Christinne.
– Vai
assistir ao show, pelo menos? – sorri de canto. Sam se aproximou e me abraçou
forte. Um abraço como o dos velhos tempos, um abraço de irmãos, mas com gosto
de despedida. – Eu sinto muito, Sam. Mas você vai encontrar seu príncipe
verdadeiro.
Ela
sorriu e pegou a bolsa antes de ir embora. Soltei um ar pesado pela boca e me
sentei no sofá. É ruim perder amigos porque a amizade se torna maior do que
deveria, mas... Eu amo a minha Christinne, não posso e nem quero mudar isso.
– Harry
Edward Styles?
Olhei
para a porta e avistei Christinne. Cocei os olhos para me certificar de aquilo
não era uma miragem. Ela estava andando até mim com aquele sorriso no rosto.
– Chris?
Mas o que voc...
Ela me
calou com um beijo inesperado, que queimava de saudade. Agarrei sua cintura e
deixei que o meu coração guiasse aquele momento. Suas mãos não tinham um lugar
fixo em meu corpo, mas não era sede de desejo. Ora tocava meu rosto, ora
apertava minha nuca. Puxei seu lábio inferior e parti o beijo com alguns
selinhos demorados.
Fixei
aqueles olhos castanhos e esperei que uma justificativa saísse de sua boca
avermelhada. Beijei seus lábios novamente, apenas por não ter aguentado ficar
olhando-a por muito tempo.
– Por
que está aqui? Cadê a Zoe?
– Calma!
– ela riu. – Zoe está com os meninos no camarim e eu vim porque... – ela mordeu
os lábios e sorriu. – Não estava aguentando nem mais um segundo sem você.
Foi como
uma bomba tivesse chego ao meu estômago, liberando bilhões de borboletas
agitadas. Meu coração já não era perceptível aqui dentro por estar tão rápido,
cada vez mais, ao sentir seus toques em mim.
– Harry!
Um minuto pra subir ao palco! – a produtora avisou da porta e ainda pude ver os
meninos passando pelo corredor, com o microfone nas mãos.
– Vai
lá, Haz.
Assenti
e selei nossos lábios pela última vez, antes de subir ao palco.
– Ei,
docinho! Também estava com saudade do papai? – peguei Zoe em meu colo.
– Vamos
Harry! Já está na hora! – os técnicos me apressavam.
– Ok.
Segura aqui, Lou. – tentei entregar Zoe á Lou, mas ela simplesmente se agarrou
em meu pescoço. – Oh, docinho, o papai já vai voltar. Eu prometo! Vá com a tia
Lou agora.
Entreguei
Zoe e não demorou dois segundos pra ela começar a chorar. Meu peito apertou na
mesma hora, queria voltar, largar tudo e ficar com a minha princesa a noite
inteira. Mas as minhas outras princesas me esperavam lá fora e não dava mais
tempo.
– Eu já
volto, Zô! – acenei enquanto a plataforma me levava até acima do palco. Apenas
a vi me observando com aquele biquinho de choro, enquanto me distanciava. Eu
gostaria de ter trago-a comigo até o palco, mas devo esperar mais um pouco. Por
enquanto ele ainda está novinha demais.
Subi ao
palco e o mar de garotas histéricas estava formado na arena. Ajeitei o retorno
no ouvido esquerdo e corri até o meio do palco com os meninos.
Vas Happenin?
Este foi o último capítulo de Just Dream 3
Espero que tenham gostado.
*-*
Lembrando que o primeiro capítulo, só dia 08 (sábado).
Malikisses, Biia.